Alta do IPCA em Abril
Em abril de 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta de 0,43%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado representa uma desaceleração em relação a março, quando o índice foi de 0,56%. No acumulado de 12 meses, a inflação alcançou 5,53%, ligeiramente acima dos 5,48% registrados no mês anterior.
MERCADO FINANCEIRO
Ref. Investidor10
5/9/20252 min read


Principais fatores que influenciaram o IPCA de abril
Alimentação e bebidas
O grupo "Alimentação e bebidas" teve um aumento de 0,82% em abril, sendo o principal responsável pelo avanço do IPCA no mês, com impacto de 0,18 ponto percentual. Apesar da desaceleração em relação a março, quando o grupo subiu 1,17%, os alimentos continuam pressionando a inflação. Itens como batata-inglesa (18,29%), tomate (14,32%) e café moído (4,48%) tiveram altas expressivas. Por outro lado, produtos como cenoura (-10,40%), arroz (-4,19%) e frutas (-0,59%) apresentaram queda nos preços.
Saúde e cuidados pessoais
O grupo "Saúde e cuidados pessoais" registrou a maior variação entre os grupos pesquisados, com alta de 1,18% e impacto de 0,16 ponto percentual no índice geral. Esse aumento foi influenciado principalmente pelos produtos farmacêuticos, que subiram 2,32%, reflexo do reajuste autorizado de até 5,09% nos preços dos medicamentos a partir de 31 de março. Itens de higiene pessoal também contribuíram, com alta de 1,09%.
Transportes
O grupo "Transportes" foi o único a apresentar queda em abril, com variação de -0,38% e impacto de -0,08 ponto percentual no IPCA. A principal influência negativa veio das passagens aéreas, que recuaram 14,15%. Além disso, todos os combustíveis pesquisados tiveram redução nos preços: óleo diesel (-1,27%), gás veicular (-0,91%), etanol (-0,82%) e gasolina (-0,35%).
Outros grupos
Vestuário: registrou alta de 1,02%, com destaque para roupas femininas (1,45%) e masculinas (1,21%).
Despesas pessoais: subiram 0,54%, influenciadas por aumentos nos preços de cigarros (2,71%) e serviços bancários (0,87%).
Habitação: teve variação de 0,14%, com queda de 0,08% na energia elétrica residencial, devido à redução no PIS/Cofins em algumas áreas.
Perspectivas e impactos
A inflação de abril reflete um cenário de desaceleração, mas ainda com pressões significativas em setores essenciais, como alimentação e saúde. O aumento no índice de difusão, que passou de 55% em março para 70% em abril no grupo de alimentação, indica que a alta de preços está mais disseminada entre os produtos.
Especialistas apontam que, apesar da desaceleração, o cenário inflacionário permanece desafiador. A XP Investimentos revisou sua projeção para o IPCA de 2025 de 6% para 5,7%, mas alerta para riscos de alta devido a estímulos fiscais e à persistência da inflação de serviços.
O Banco Central, por sua vez, elevou a taxa básica de juros (Selic) para 14,75% ao ano, com o objetivo de conter a inflação. A decisão reflete a preocupação com a inflação acima da meta estabelecida, que é de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Conclusão
O IPCA de abril mostra uma desaceleração na inflação, mas com pressões persistentes em setores essenciais. A alta nos preços de alimentos e medicamentos impacta diretamente o orçamento das famílias, especialmente as de menor renda. As medidas adotadas pelo Banco Central e as projeções de analistas indicam um cenário cauteloso, com a necessidade de monitoramento constante para garantir a estabilidade econômica e o poder de compra da população