EUA Ameaçam Brasil com Tarifas de 100%: Um Jogo de Tensões Comerciais e Geopolíticas

O cenário geopolítico global voltou a ganhar destaque com a recente declaração do senador norte-americano Lindsey Graham, que ameaçou impor tarifas de até 100% aos países que continuarem a importar petróleo da Rússia. O Brasil foi diretamente mencionado, ao lado de China e Índia, como um dos principais compradores do chamado “petróleo russo barato”.

GLOBALMERCADO FINANCEIRO

Emmanoel Lopes - Fonte: Investidor10

7/22/20252 min read

Em entrevista concedida à Fox News no último dia 21 de julho, Graham foi enfático: “Se esses países continuarem financiando a máquina de guerra de Putin, nós aplicaremos um inferno de tarifas, esmagando suas economias.” A fala do senador reforça a pressão exercida por Washington sobre países que mantêm relações comerciais com Moscou, especialmente no setor energético, em meio ao prolongamento do conflito russo-ucraniano.

Histórico de tensões comerciais

Não é a primeira vez que o Brasil se vê no centro de embates comerciais com os Estados Unidos. Em gestões anteriores, o ex-presidente Donald Trump chegou a impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros – a mais alta entre diversas nações. A medida, à época, não se limitou ao aspecto econômico: Trump incluiu críticas políticas, chegando a mencionar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal como “uma vergonha internacional”.

Esse histórico mostra que, embora a parceria comercial entre os dois países seja forte, há episódios de atrito marcados por questões políticas, estratégicas e econômicas.

A resposta do governo brasileiro

Diante das novas ameaças, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que o Brasil recorrerá à Lei da Reciprocidade Econômica (nº 15.122/2025). Em nota publicada no X (antigo Twitter), Lula destacou: “Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica.”

A posição do governo brasileiro reforça a busca por equilíbrio entre manter relações comerciais vantajosas e preservar a soberania nacional diante de pressões externas.

Um cenário de incertezas

O possível aumento de tarifas norte-americanas poderia afetar significativamente setores estratégicos da economia brasileira, especialmente exportações de commodities e produtos industriais. Além disso, a pressão sobre a compra de petróleo russo coloca o país diante de um dilema: alinhar-se aos interesses geopolíticos dos EUA ou manter acordos comerciais estratégicos com a Rússia.

Conclusão

A tensão atual ilustra um verdadeiro “jogo de xadrez” geopolítico, no qual o Brasil precisa adotar uma postura estratégica para equilibrar seus interesses econômicos com a autonomia diplomática. Mais do que uma questão comercial, o debate sobre tarifas e petróleo russo evidencia como decisões externas podem impactar diretamente a economia e a política interna do país. Cabe ao governo brasileiro construir uma resposta que minimize possíveis prejuízos e mantenha a imagem do Brasil como um parceiro sólido no comércio global.